BIOGRAFIA E RESENHA HISTÓRIA
DE
REVERENDO PADRE
Nascido em 18-02-1916
Falecido em 08-03-1943
Por: Manuel Jacob Guerra Caldas
Biografia:
Nasceu em: Uma Fatuk Laran, Soibada do Reino de Samoro, em 18 de Fevereiro de 1916.
Filho de: António José Caldas e de Sebastiana da Graça Sarmento.
Neto Paterno de: Aça-Bere "Leto Kamas" e de Balak-Mau
Neto Materno: André Doutel Sarmento e de Joaquina Sarmento.
Segundo filho e primeiro varão do casal António José Caldas e Sebastiana da Graça Sarmento.
Irmão
de: Gabriela Caldas, Luís Caldas, Jacob de Assunção Caldas, José Maria
Caldas, Valério dos Santos Caldas, Estanislao de Andrade Caldas, Maria
Caldas, e Etelvina das Dores Caldas.
Baptizado: na Igreja de Soibada, foi seu padrinho o Reverendo Padre Abílio José Fernandes, Vigario Geral das Missões de Timor.
Estudou
no Colegio D. Nuno Alvares Pereira de Soibada até 1930, ano em que
ingressou no Seminário de São Jose de Macau, acompanhando pelo seu
saudoso padrinho, Reverendo Padre José Fernandes.
Terminou os seus estudos neste seminário em Julho de 1941 e ter sido ordenado:
Subdiácono em 27 de Julho
Diacono em 31 de Julho
Presbitero em 3 de Agosto
Por
Sua Excelência Reverendissimo D. José da Costa Nunes, Bispo de Macau e
Timor, Patriarca das Indias. Este ilustre prelado exerceu também o
cargo de Governador do Estado de Vaticano nos últimos anos de sua vida.
Em Macau, ainda no Seminário de São José, foi escolhido pelos seus superiores, Prefeito da Divisão de Menores.
Regressou
a Timor em 1941, e celebrou a Primeira Missa na terra da Sua
naturalidade, na presença dos seus piedosos pais, irmãos, familiares,
amigos e povo cristão anónimo deste grande reino.
Colocado no Seminário de Soibada de Diocese de Dili como Prefeito e Professor.
O Reverendo Padre Abílio José Caldas foi o primeiro sacerdote timorense incarnado na Diocese de Díli, após a separação de Macau.
Foi muito curto o seu Munus Pastoral, entre 1941 e 1943.
Resenha Histórico:
Os
japonés entrarem em Díli, Timor, em Fevereiro de 1942 e chegaram a
Soibada mais ou menus em fins de Setembro deste ano. A população
abandonou a vila e refugiou-se no mato. Os colégios masculino (D. Nuno
Alvares Pereira) e feminino (Santa Isabel) encerraram e os estudantes
não naturais de Soibada foram confiados a alguns professoras catequizas e
algumas pessoas que tomaram conta deles até ao fim da guerra.
Os
sacerdotes e as religiosas abandonaram também os seus postos e foram
conduzidos para Natar Bora, onde foram recolhidos por submarinos e
barcos de guerra australianos, refugiando-se em Australia.
Recusou
o convite dos australianos em seguir com os seus colegas sacerdotes
para Australia e deixar à sorte alguns jovens estudantes que sempre o
acompanharam.
Procurou
com eles esconder-se nos matos de Soibada e de Barique até 8 de Março
de 1943, quando foi apanhado pelos elementos timorenses integrados na
Coluna Negra ao serviço japoneses e barbaramente assassinado em Vé
Samodok.
Neste
data e no mesmo lugar foram também mortos um comerciantes chinês
conhecido por Aloi, bem como o seu primo Patricio da Silva.
A
ultima missa que celebrou para os seus familiares e alguns refugiados
foi em Hás Mahan, onde tive o previlegio de ser, entre os seus sobrinhos
directos, o único por ele baptizado e outro primo por afinidade, Luís
Benvindo Doutel Sarmento, filho da tia Benvinda, prima do meu pai.
Os
seus restos mortais não foram totalmente recolhidos. Alguns foram
arrastados pelacorrente da ribeira Vé Samodok e desapareceram.
Os
poucos que foram recolhidos pelo seu saudoso tio António Doutel
Sarmento, primos e alguns alunos que sempre o acompanharam, deram-lhes
sepultura em Fehuk-Rin, terras do Reino de Barique.
Em
10 de Outubro de 2009, foram translados pelos seus sobrinhos, netos e
familiares para a terra da sua naturalidade com conhecimento e
autorização de D. Basilio do Nascimento, Bispo de Baucau, Timor - Leste.
Houve
também amistoso e familiar entendimento com familiares, amigos,
autoridades tradicionais e povo irmão de Barique que, durante 66 anos,
conservaram, honraram e dignificaram esta relíquia da igreja de Soibada e
das famílias Sarmento e Caldas.
Fiz
esta simples e humilde biografia e resenha com base em alguns dados
recolhidos no Boletim Eclesiastico da Diocese de Macau, arquivado na
Sociedade de Geografia de Lisboa, bem como alguns dados fornecidos pelo
meu saudoso pai Jacob de Assunção Caldas e alguns familiares e amigos.
Para
todos aqueles que contribuíram para este modesta e insignificante
trabalho, e os já foram chamados pelo Senhor, a minha sentida romagem e,
para aqueles que comigo ainda continuamos a trilhar o caminho mais
íngreme da vida que nos conduz à Liberdade Eterna na Pátria Celeste, o
meu predito de gratidão.
Queluz, 10 de Outubro de 2009.
Manuel Jacob Guerra Caldas
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